Estrada Real em Minas Gerais: um passeio pela história do Brasil Colônia

A história da Estrada Real começa em meados do século XVII, quando a Coroa Portuguesa decide facilitar o trânsito de ouro e diamantes de Minas Gerais até os portos localizados no Rio de Janeiro. O roteiro original contava com vias de acesso, trilhas, pontos de parada e cidades e vilas históricas, algumas das quais serviram de cenário para a Inconfidência Mineira. 

Em um primeiro momento, a Estrada Real ligava Vila Rica, hoje Ouro Preto, ao porto de Paraty, no Rio de Janeiro. Esse é o que conhecemos como Caminho Velho. Com o passar do tempo, a estrada foi estendida: em 1701, criou-se o Caminho Novo, cujo trajeto começava na Baía de Guanabara e passava por Inhaúma, Iguaçu, Rio Paraíba, Rio Paraibuna, Simão Pereira, Matias Barbosa, Juiz de Fora, Santos Dumont, Barbacena, Conselheiro Lafaiete, Ouro Branco e Ouro Preto. Em 1729, a descoberta de diamantes na região de Serro fez com que a Estrada Real fosse estendida até Diamantina.

Em 1999, nasceu o Instituto Estrada Real, com o propósito de organizar e fomentar o turismo pela Estrada Real. Atualmente, cerca de 162 municípios estão situados na área de influência da Estrada Real.

Existem 4 roteiros principais para quem deseja visitar a Estrada Real. Vamos conhecê-los?

• Caminho Velho: essa foi a primeira via aberta pela Coroa Portuguesa, pensando no tráfego de diamante e ouro entre o litoral do Rio de Janeiro e a região mineradora de Minas Gerais. Nesse roteiro, você pode conferir a beleza única da arquitetura de Ouro Preto, a saborosa gastronomia de Tiradentes e a cultura vibrante de Paraty. São aproximadamente 710 km passando por cidades como Passa Quatro, Lagoa Dourada e São Bartolomeu. O caminho varia entre trechos asfaltados, calçamento e trilha. 

• Caminho Novo: esse é o roteiro mais jovem da Estrada Real – a rota foi definida oficialmente entre 1722 e 1725. Você encontrará muitos vestígios da época mineradora e elementos da época de exploração do território ao longo do caminho, como túneis, chafarizes e fazendas. São cerca de 515 km que passam por cidades como Itatiaia, Barbacena, Santos Dumont e Petrópolis. Assim como o Caminho Velho, existem trechos asfaltados, calçamento e trilha.

• Caminho dos Diamantes: com o principal crescimento a partir de 1729, quando as pedras preciosas de Diamantina começaram a ser muito importantes nas economias brasileira e portuguesa, o Caminho dos Diamantes possui cerca de 395 km de extensão até Ouro Preto (saindo de Diamantina). O trajeto destaca-se por sua beleza natural e paisagens exuberantes. Você percorrerá estradas majoritariamente de terra, apesar de existirem trechos asfaltados e trechos de trilha. Algumas das cidades ao longo do caminho incluem São Gonçalo do Rio das Pedras, Ipoema e Mariana.

• Caminho do Sabarabuçu: construído de forma a margear o Rio das Velhas, o Caminho do Sabarabuçu foi criado por exploradores que almejavam atingir a Serra da Piedade (antigo Pico de Sabarabuçu) – a mítica que reluz. São cerca de 160 km de trajeto que passa por muita beleza natural e patrimônios históricos, culturais e religiosos. Ao longo do caminho, você cruzará com cidades como Morro Velho, Sabará e Nova Lima.
  
  

Recomendamos que você verifique a situação das estradas e roteiros antes de viajar, já que, eventualmente, alguns trechos são interditados para obras.

A Estrada Real atualmente passa por mais de 150 municípios entre Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Entre as favoritas dos turistas, estão:

• Ouro Preto (MG)

• Tiradentes (MG)

• Mariana (MG)

• Diamantina (MG)

• Três Corações (MG)

• São João del-Rei (MG)

• Congonhas (MG)

• Paraty (RJ)

• Guaratinguetá (SP)

Vamos conferir quais são as atrações históricas, culturais e gastronômicas que você encontrará nelas?

• Casa da Chica da Silva (Diamantina – MG): o grande e bem preservado casarão foi a moradia da ex-escrava entre 1763 e 1771. Atualmente abriga o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

• Mina de Chico Rei (Ouro Preto – MG): essa é uma escavação subterrânea que conta a história do escravo Chico Rei, conhecido por ter conseguido comprar sua própria carta de alforria. Segundo a história contada de boca a boca, ele foi o único negro a possuir uma mina de ouro nos tempos coloniais. Os 50 primeiros metros da escavação são abertos à visitação.

• Fazenda Carreiras (Ouro Branco – MG): segundo a cultura popular, esse conjunto rural foi onde Tiradentes se hospedou antes de sua prisão. Por isso, é também conhecido como “Casa de Tiradentes”. Foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA) em 2000, e destaca-se por ser um ótimo exemplo da arquitetura rural de Minas Gerais do século XVIII.

• Igreja de São Francisco de Assis (São João del-Rei – MG): construída em 1774, foi projetada por Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho) e é uma importante referência da decoração rococó da época.

• Obras de Aleijadinho (Congonhas – MG): considerada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco desde 1985, a cidade abriga o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, onde estão 78 esculturas em tamanho natural confeccionadas por Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho) em pedra-sabão.

• Maria-fumaça (Tiradentes a São João del-Rei – MG): o trem que liga as cidades de Tiradentes a São João del-Rei foi inaugurado em 1881 e é um passeio ótimo para toda a família. São cerca de 12 km percorridos em aproximadamente 35 minutos, nessa que é considerada uma das mais simbólicas ferrovias brasileiras.

• Teatro Municipal de Sabará (Sabará – MG):  inicialmente chamado “Casa de Ópera”, o local foi construído em meados do século XIX e foi muito importante para o cenário cultural da época, já que grandes teatros não eram comuns na região. É conhecido por sua acústica de qualidade, e suas linhas arquitetônicas têm influência dos teatros ingleses do período.

• Museu do Ouro (Sabará – MG): instalado em uma construção que funcionou como Casa de Fundição em 1731, o museu abriga mobílias e peças importantes da época em que a atividade mineradora estava em alta na região.

• Museu Casa de Cabangu (Santos Dumont – MG): além de ser um local com grande presença de beleza natural,  o museu abriga uma vasta coleção de pertences da família de Santos Dumont, bem como documentos que remontam à história da aviação no Brasil.

• Palácio de Cristal (Petrópolis – RJ): inaugurado em 1884, a construção teve inspiração no Palácio de Cristal de Londres e no Palácio de Cristal do Porto. Seu objetivo principal era expor flores, pássaros e produtos agrícolas. Em 1957,  foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

• Museu Imperial (Petrópolis – RJ): considerado um dos principais museus do Império brasileiro, em especial o período governado por d. Pedro II, conta com cerca de 300 mil itens museológicos, arquivísticos e bibliográficos. Era originalmente a residência de verão do imperador.

O que não falta ao longo da Estrada Real são opções gastronômicas de dar água na boca! Desde os pequenos mercadinhos no caminho até os tradicionais restaurantes nas maiores cidades, você com certeza encontrará algo que encantará seu paladar. Alguns dos locais que você não pode deixar de visitar são:

• Mercado Municipal (Diamantina – MG): conhecido também como Mercado Velho, é lá que você encontrará iguarias regionais vendidas por produtores da agricultura familiar, artesãos e quitandeiros.

• Mercado Municipal (Juiz de Fora – MG): fundado em 1904, o local é famoso pelo comércio de uma grande variedade de produtos, como cafés, cereais, laticínios, frutas, legumes, temperos, doces artesanais e bebidas, incluindo as famosas cachaças mineiras.

• Festival Internacional de Gastronomia de Tiradentes (Tiradentes – MG): este evento anual,  que geralmente acontece em agosto, reúne chefs de todo o Brasil que preparam receitas exclusivas para o período. Além disso, também acontecem degustações de produtos, palestras, aulas teóricas e práticas de gastronomia.

• Festival do Pinhão (Cunha – SP): além de ser um evento para toda a família, com atrações artísticas de diferentes estilos musicais, o festival ocorre na Praça Matriz da cidade e conta com diversas barracas e food trucks com deliciosas opções de receitas doces e salgadas feitas com o pinhão. Os restaurantes da cidade também oferecem pratos exclusivos ao longo do período festivo.

Quer mais uma sugestão? Não deixe de visitar Delfim Moreira (MG) para conhecer os populares doces da cidade, principalmente o marmelo! A antiga fábrica da CICA, que se localizava na cidade, popularizou esse quitute por lá.

Após aproveitar muito os seus dias caminhando (ou andando de bicicleta) pela Estrada Real, você merece descansar em um hotel confortável e amigável. Venha conhecer as melhores opções disponíveis com a gente.

Hotéis em Petrópolis: ibis budget Petrópolis

Encante-se com a cidade de Petrópolis ao se hospedar no ibis budget Petrópolis. Além de ser uma opção econômica com instalações modernas, o hotel está a menos de 10 minutos de carro dos principais pontos turísticos da cidade, como o Museu Imperial de Petrópolis. E nada melhor do que um café da manhã saboroso e reforçado antes de começar a passear pela cidade e uma loja de conveniências 24h, não é mesmo? Por isso, o ibis budget Petrópolis é a opção perfeita para você.

Hotéis em Barbacena: ibis budget Barbacena

Se você está procurando economia e praticidade, o ibis budget Barbacena está de portas abertas para você. Seus quartos contam com wi-fi grátis, ar-condicionado e TV de tela plana para você relaxar após um dia cheio de passeios. Aproveite as delícias do café da manhã reforçado e a facilidade da loja de conveniência para começar os seus dias cheio de energia e conhecer todos os encantos da Estrada Real.

Hotéis em Juiz de Fora: ibis Juiz de Fora

Agora que você já sabe que a Estrada Real é um passeio imperdível para todos os tipos de aventureiros, é só escolher o hotel Accor de sua preferência e agendar a sua estadia para viver dias inesquecíveis.