28 maio 2024
7 minutos
O que são, origem e quais são
28 maio 2024
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Os esportes radicais urbanos são a prova de que não é somente em meio à natureza que se pode experimentar uma boa aventura. Há várias modalidades para quem gosta de adrenalina, mas não quer sair da cidade. Assim como qualquer outra modalidade esportiva, eles trazem uma série de benefícios para quem pratica. Por exemplo, previnem a obesidade, evitam o estresse, melhoram a flexibilidade e equilíbrio e causam bem-estar. E têm ainda uma vantagem: por testarem os limites do corpo e da gravidade, eles proporcionam um aumento na autoconfiança do praticante e, depois que o exercício acaba, deixam uma sensação incrível de relaxamento.
Há quem não encontre prazer melhor do que correr em volta do parque, mas se você é daqueles que gostam de um pouco mais de emoção, deve experimentar os esportes radicais urbanos.
Antes de seguir a leitura para saber mais sobre o assunto, tenha em mente que o perigo precisa ser mais psicológico do que real, para estimular a produção de adrenalina. Os atletas devem tomar todas as precauções necessárias e utilizar equipamentos de proteção para não se machucarem. Dito isso, hora de seguir em frente e conhecer as nossas dicas e sugestões. Acompanhe!
Esportes radicais são as práticas que apresentam um risco maior do que nas modalidades esportivas tradicionais, seja pelas condições extremas em que são praticados ou por envolverem movimentos não naturais.
Por exemplo, ao jogar basquete, você corre, salta e arremessa em um terreno plano, movimentos completamente naturais, com os quais nosso organismo está plenamente acostumado.
Quando salta de paraquedas, por outro lado, a sensação que você sente é completamente diferente. Afinal, não fomos feitos para voar.
O corpo interpreta o evento como uma atividade de alto risco e, por isso, aumenta a produção de adrenalina.
Já os esportes radicais urbanos são uma subcategoria, que contempla as atividades desse tipo, mas que podem ser praticadas na cidade.
Ou que surgiram justamente a partir da interação dos praticantes com o mobiliário urbano, como o parkour e skate.
Voltando ao exemplo do paraquedismo, sua prática não é recomendada no meio urbano porque é necessário de uma área de pouso grande e segura.
É difícil precisar a origem dos esportes radicais urbanos, pois cada um surgiu em uma época e contexto.
Existem diversas atividades radicais que surgiram despretensiosamente nas cidades, mas só ganharam o status de esporte radical urbano quando difundido para um número maior de pessoas e praticado com regularidade.
Várias modalidades, como o skate, começam como práticas informais e evoluíram até se tornarem esportes com campeonatos oficiais, profissionais remunerados e associações nacionais.
Aliás, já que mencionamos o skate, o surgimento desse esporte é um marco importante na história que estamos contando aqui.
Na Califórnia, alguns surfistas tiveram a ideia de transformar o surfe em um esporte urbano, instalando rodinhas nas pranchas e para adaptá-las ao asfalto.
Isso aconteceu na década de 1960, mas só nos anos 70 que o esporte viria a se popularizar, com pranchas e rodas leves, semelhantes às que são usadas hoje.
No embalo do skate, foi desenvolvida toda uma cultura urbana mais ampla, envolvendo esportes, roupas e comportamentos.
Como o século 20 ficou marcado pela migração das pessoas do campo para a cidade - tendência observada em todos os cantos do mundo -, o crescimento dos esportes radicais urbanos foi natural.
As práticas de aventura costumam ser relacionadas a ambientes no meio da natureza, como a escalada de uma montanha ou a descida de uma corredeira em um caiaque, apenas para citar duas delas. Mas quando falarmos em práticas de aventura urbana, trata-se de atividades que buscam simular as mesmas sensações e movimentos, só que na cidade. Um exemplo é a escalada em paredes construídas, uma vez que as rochas e montanhas não se encontram em um ambiente urbano.
Práticas corporais são um grupo de atividades que têm como equipamento simplesmente o corpo humano.
São consideradas práticas sociais, manifestações culturais de caráter lúdico.
Alguns exemplos são as danças, artes marciais, jogos, acrobacias e, claro, os esportes.
Mais especificamente, se você ouvir falar em práticas corporais de aventura urbana, provavelmente seja uma menção às atividades como o parkour e o buildering, nas quais o praticante supera obstáculos urbanos sem nenhum equipamento especial.
Mais à frente, falaremos sobre os esportes radicais urbanos que acabamos de citar e outras modalidades.
A seguir, vamos apresentar com mais detalhes alguns dos esportes radicais urbanos mais conhecidos e praticados no mundo.
Como explicamos antes, o skate é um esporte que foi criado por surfistas na Califórnia, nos anos 1960.
Em 2021, quando serão disputados os jogos de Tóquio, o skate fará sua estreia como modalidade olímpica.
Será o ápice do reconhecimento a um esporte que, por muito tempo, foi considerado marginal, ligado à contracultura.
O equipamento do skate leva o nome do esporte, e é composto por:
Shape: a "prancha" do skatista
Rodas: quatro delas, cada uma com um rolamento, em dois eixos, um na frente e outro atrás
Trucks: são os eixos, equipamentos de ferro encaixados no shape
Lixa: é a parte que vai em cima do shape e serve para aumentar a aderência com o pé do praticante.
Uma das maneiras de praticar o skate e interagindo com o mobiliário urbano, fazendo manobras em escadas, canteiros, cordões e corrimões, por exemplo.
Mas há também o skate freestyle (manobras no chão, sem obstáculo), as pistas (em vários modelos), as piscinas vazias e a modalidade downhill (descida no asfalto em alta velocidade).
Apesar de ter surgido na década de 1980, foi só nos anos 2000 que começou a se difundir realmente pelo mundo. O nome é uma variação da palavra francesa parcours, que significa percurso.
Um dos criadores da prática, o francês David Belle, inspirou-se em métodos de ginástica e educação física, além dos ensinamentos de seu pai e mentor, Raymond Belle, que serviu as forças armadas francesas e, depois, integrou o corpo de bombeiros de Paris.
A prática trata, basicamente, de fazer um percurso, transpondo obstáculos como muros, paredes, carros e vãos (entre dois prédios, por exemplo) com nenhum equipamento além do próprio corpo.
Para isso, o praticante salta e escala.
Para quem vê pela primeira vez o que os desportistas fazem, pode parecer perigoso, mas um dos ensinamentos mais importantes da modalidade é que se deve conhecer os próprios limites, e só executar um salto arriscado depois de ter treinado os movimentos à exaustão.
Apesar de haver iniciativas que defendem a criação de competições, a ideia original é de um parkour em que o indivíduo compete apenas consigo mesmo, sendo uma ferramenta para potencializar a consciência corporal mais que qualquer outra coisa.
Em inglês, downhill quer dizer descida (down é "para baixo" e hill é "colina" ou "ladeira").
Por isso, o termo é genérico, usado em mais de um esporte, como o próprio skate, conforme mencionamos antes.
O carrinho de rolimã, composto por rodinhas e rolamentos de aço sob uma estrutura geralmente de madeira em que o praticante senta, é outra modalidade de downhill, pois o impulso para ganhar velocidade é o declive da estrada.
O problema é que, devido ao tráfego de veículos, é muito difícil praticar o skate downhill e o carrinho de rolimã na cidade, a não ser que a rua seja fechada especialmente para a prática dos esportes.
Uma alternativa é o chamado downhill urbano, em que os praticantes descem as escadarias da cidade com uma mountain bike.
Nesse caso, não há perigo de se chocar com veículos automotores, mas sim de atropelar quem passa por ali.
Por isso, o ideal é descer uma escada apenas com a certeza de não haver ninguém transitando pelo local ou, então, em uma competição que fecha a área para a prática.
É uma mistura dos carrinhos de rolimã com bicicleta BMX, resultando em um triciclo (tricycle, que vira trike).
Na frente, há uma roda como a da bicicleta, garfo, guidão e, em alguns modelos, pedal e conjunto de freios.
O assento fica no nível do chão e as duas rodas traseiras são bem menores que a dianteira, feitas com PVC ou polietileno.
Além de servirem para descer as ladeiras como um carrinho de rolimã, o pouco atrito das rodas traseiras com o asfalto (já que elas não têm pneu) permite fazer manobras de derrapagem (drift).
A desvantagem é mesma que mencionamos antes: é perigoso praticar esse esporte em uma estrada que não está fechada para a prática.
Slackline é uma atividade de puro equilíbrio, na qual o praticante deve percorrer uma fita elástica estreita, presa entre dois pontos fixos.
Depois de conseguir o básico, que é caminhar sobre a fita - feita geralmente de nylon ou poliéster - o próximo passo é tentar executar movimentos, como giros, saltos, ajoelhar-se ou balançar a fita.
A modalidade surgiu na década de 1980, entre aventureiros que escalavam rochas e montanhas do parque de Yosemite, nos Estados Unidos.
Eles tiveram a ideia de fixar cordas de seus equipamentos de escalada entre pontos fixos para melhorar seu equilíbrio.
Hoje, é muito comum ver pessoas praticando o esporte nas cidades.
A fita elástica pode ser fixada em dois postes, por exemplo, mas é bem mais agradável quando a prática é feita em um parque, entre árvores, com grama como piso.
Aliás, apesar de poder ser considerado um dos esportes radicais urbanos, ele não é perigoso, pois a fita é fixada a poucos centímetros do chão.
Já que falamos em escalada, o próximo item da lista é o buildering, esporte que também é conhecido como escalada urbana.
É simplesmente a atividade de escalar prédios ou quaisquer outras estruturas construídas pelos humanos, como se estivesse escalando uma montanha rochosa.
O fundador da prática é o americano Harry H. Gardiner.
No início do século 20, ele escalou mais de 700 construções pela Europa e América do Norte, usando roupas normais e nenhum equipamento de segurança.
Sem proteção, porém, é um esporte extremamente perigoso.
Quem gosta de praticá-lo na modalidade free climbing, ou seja, sem cordas de proteção, geralmente o faz à noite e clandestinamente.
O primeiro passo para praticar um esporte radical urbano é se preparar.
Em vários deles, ter um bom preparo físico, estrutura muscular robusta, peso adequado e equilíbrio são pré-requisitos.
Então, dependendo do esporte que você tem interesse, prepare-se adequadamente antes, atingindo um peso e percentual de gordura adequados para iniciar.
Isso se consegue com boa alimentação, esportes aeróbicos e musculação.
A partir daí, tome todas as medidas de segurança para não se machucar, vestindo os equipamentos de proteção e escolhendo um local adequado para praticar.
Por exemplo, se sua cidade não tiver uma ladeira propícia para o downhill, na qual não haja circulação de carros, é melhor não praticar esse esporte no ambiente urbano.
Nos casos em que não é possível usar equipamentos de segurança, como o parkour, a estratégia para se preservar é outra.
A dica é praticar o movimento em um ambiente seguro e só depois que ele estiver totalmente dominado e se sentir completamente confiante, experimentá-lo em um local mais alto.
Por exemplo, em vez de arriscar um salto difícil entre dois prédios, pratique o movimento entre canteiros.
Assim, se não conseguir executar, não correrá um risco tão grande.
O que você achou dos esportes radicais urbanos? De todos os que falamos aqui, qual o seu preferido?
Muita gente acha difícil se motivar para praticar uma atividade física com regularidade.
Nesses casos, talvez acrescentar a adrenalina seja o ingrediente que está faltando.
Quando alguém experimenta a emoção de um esporte radical, não é raro que se "vicie", mas no bom sentido, pois torna o exercício um hábito saudável e deixa de enfrentar problemas motivacionais.
Mas nunca é demais reforçar: seja qual for o esporte escolhido, é fundamental tomar todas as medidas de segurança possíveis, para aproveitar apenas a sensação de risco sem correr um risco real.
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