Cultura inca: Descubra os mistérios de Cusco

Conhecer todo o encantamento da Cultura Inca em Cusco, no Peru, é uma experiência de viagem mágica. A cidade, que era ponto de encontro dos povos andinos, hoje é um destino turístico muito procurado, principalmente por quem quer ter um contato maior com a arte, a arquitetura e as muitas marcas deixadas pelos incas. Venha com a Accor descobrir o que conhecer na região!

Os povos incas têm uma grande importância histórica, especialmente na América do Sul. Considerada uma das mais antigas civilizações da região, por muitos anos eles viveram isolados em territórios localizados entre a Cordilheira dos Andes e o Oceano Pacífico – hoje ocupados pelo Peru, Equador, e parte do Chile, da Bolívia e da Argentina. Com grande habilidade de negociação, os incas dominaram vários povos, oferecendo terras em troca de trabalho e de tributos. A base da economia era a agricultura – eles produziam tudo o que consumiam. E sempre com espírito comunitário e foco no trabalho coletivo. Séculos depois, ainda é possível ver de perto o legado dessa cultura, que era uma mistura de costumes de diferentes civilizações andinas. E o melhor destino para isso é Cusco, no Peru, que foi a antiga capital do Império Inca. Cusco é um lugar cheio de história e tradição, onde a cultura inca foi preservada. E em uma viagem é possível visitar sítios arqueológicos e outros pontos turísticos, além de conhecer alguns pontos importantes nos arredores.

Na cultura inca, a visão de mundo era baseada na dualidade, com elementos opostos – noite/dia, seco/úmido, homem/mulher – que se complementavam. A sociedade funcionava com base em três pilares: o trabalho, a lealdade e a verdade. E os deuses nos quais eles acreditavam estavam ligados aos principais elementos da natureza como o sol, a lua, o rio e outros. Para estabelecer a comunicação entre os povos, com todas as dificuldades que o território impunha, começaram a criar caminhos e estabeleciam alguns mensageiros que ficavam encarregados de transmitir as informações. Entre os casais, era comum que as mulheres assumissem os cuidados domésticos enquanto os homens iam para as batalhas. Já o imperador, considerado o deus entre o povo, podia ter mais de uma esposa. E um dos principais costumes era o ritual de enterro. Sempre que alguém falecia, eram colocados junto ao corpo alguns objetos que pudessem ser úteis, já que, para eles, não havia distinção entre o mundo dos vivos e dos mortos.

A religião dos incas era cercada de mitos. Para adorar aos deuses, eles construíam templos, faziam festas e também sacrifícios, oferecendo o sangue das vítimas. Os pedidos eram principalmente para que tivessem boas colheitas de milho, o alimento sagrado, e de algodão. E a divisão básica era em três mundos: Hanan Pacha, o mundo de cima, onde estavam o céu e o sol; Kai Pacha, o mundo do meio, onde estavam humanos e animais; e Uku Pacha, o mundo subterrâneo, de onde nasce a vida vegetal e onde se encerra a vida humana e animal.

A arte também era uma característica forte da cultura inca. A cerâmica era usada em peças feitas para servirem de utensílios domésticos, enfeites e objetos que eram usados para cultuar os deuses nas celebrações religiosas. Os metais como cobre, bronze, ouro e prata também eram muito comuns nas artes e nos acessórios. Outro destaque eram os tecidos, feitos com lã de alpaca. As cores eram definidas de acordo com a finalidade da peça que estava sendo feita e com a posição da pessoa que iria usar. E tinha, ainda, a música, que era tocada em instrumentos que eles mesmos confeccionavam em madeira e cerâmica.

Não há um consenso sobre a fundação de Cusco, mas vestígios levam a acreditar que já havia habitantes na região há mais de 3 mil anos, o que faz com que seja considerada a cidade habitada mais antiga das Américas. Foi a partir da união de diferentes tribos e dinastias, em meados do século XII, que a região começou a ter importância política. Até que os espanhóis chegaram com o objetivo de tomar o território, o que conseguiram depois de muitos conflitos, mortes e destruições. As novas construções misturavam uma arquitetura mais moderna com bases das antigas edificações incas. A mistura se deu também na população, que hoje tem características da miscigenação entre espanhóis e os povos incas. Mesmo com a independência do Peru, em 1821, Cusco seguiu sendo um forte centro comercial, além de ser uma cidade cosmopolita e com grande importância política e cultural. Posteriormente, foi declarada Capital Arqueológica da América, além de ser tombada como Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO.

Em uma viagem a Cusco é possível ver de perto os costumes preservados e alguns vestígios da civilização inca ainda hoje presentes na arquitetura, nas artes e na cultura em geral. Em alguns locais na cidade é possível vivenciar toda a cultura inca e ver parte das construções que ainda estão preservadas, como a Praça de Armas, a principal da cidade, que era a praça central do Império Inca e hoje é uma região de muitos bares, restaurantes e lojas. Na Praça de Armas fica a Catedral de Cusco, que mistura a fé cristã com a simbologia da religião dos incas. Considerada uma das mais bonitas e importantes da América Latina, é uma construção que impressiona, com colunas suntuosas, arquitetura rica em detalhes e muitas pedras. E tem ainda um grande acervo de arte barroca, espanhola e sacra. Bem próximos ficam a Igreja e o Convento de São Francisco, construídos com pedras que foram retiradas das construções incas. Eles estão localizados no centro histórico e são lugares que impressionam pela beleza arquitetônica. Mas os grandes atrativos e que mais encantam os turistas são os sítios arqueológicos.

Os sítios arqueológicos que ficam no centro de Cusco são fáceis de visitar, pois estão perto de tudo. E são perfeitos para quem quer entender melhor sobre a importância do Império Inca para a região.

Templo do Sol em Cusco – Qoricancha

Fica perto da Praça de Armas e foi o templo mais importante do Império Inca. Funcionava como um centro político e religioso, o que fez com que fosse considerado também um local sagrado.

O nome, na língua quéchua, significa algo semelhante a “lugar fechado que contém ouro” e é um dos grandes monumentos arquitetônicos da época. Até mesmo os espanhóis se impressionaram com o Templo Qorikancha, pois nunca tinham visto algo tão esplendoroso.

O Qorikancha conta com templos, cinco fontes diferentes, Jardim Solar e outros espaços. As paredes, feitas com pedras enormes, sobreviveram ao tempo, aos conflitos e aos terremotos.

Lá ficam a Igreja e o Convento de Santo Domingo, construídos pelos espanhóis depois da demolição de parte do local. E também o Museu de Qorikancha, que tem um acervo de objetos diversos da cultura inca, além de ossadas humanas e quadros que representam a história dos povos andinos.

Kenko (Q’enqo)

A poucos minutos do centro, o sítio arqueológico de Kenko fica a mais de 3.580 metros acima do nível do mar e é um dos mais visitados de Cusco.

Sua verdadeira função é desconhecida, mas acredita-se que era um local de adoração, onde eram realizadas cerimônias religiosas. Tem um anfiteatro, alguns labirintos e cavernas. Os túneis subterrâneos eram vistos como uma forma de comunicação com o mundo dos mortos.

Outro ponto que chama a atenção em Kenko é a grande quantidade de formações rochosas diferentes, algumas delas enormes, chegando a até 6 metros de altura.

Nos arredores de Cusco também há alguns sítios arqueológicos, cada um com suas características, mas todos lugares importantes historicamente e que valem uma visita.

Sacsayhuamán

A construção foi feita com blocos de granito muito grandes, os maiores já usados em sítios arqueológicos incas. Mas não há uma definição exata do que teria sido esta fortaleza. Para alguns, foi um centro religioso – como é considerado ainda hoje. Há também quem acredite ter sido um local militar.

Embora seja possível fazer o passeio por conta própria, a recomendação é fazer a visita guiada, que fica muito mais rica com informações detalhadas sobre a construção e lendas sobre o sítio arqueológico de Sacsayhuamán.

Como fica a apenas 2 km de Cusco, é possível chegar até mesmo a pé, com uma caminhada – mas é preciso ter fôlego, pois fica a 3.700 metros acima do nível do mar. Já no local, subindo as escadas de pedra se tem uma vista geral que ajuda a entender melhor o espaço, além de ter um mirante com vista panorâmica para toda a cidade.

Puka Pukara

Um pouco mais distante, a 7 km de Cusco, fica o complexo de Puka Pukara, feito de pedras que se encaixam perfeitamente, sem a necessidade de outros materiais de construção para que se sustentem.

Também não há um consenso sobre o que teria sido este local, mas as informações dizem que funcionava como abrigo para soldados e hospedagem para quem estava passando pela região, pois fica na estrada que ligava Cusco a outros centros urbanos.

Além disso, é possível que funcionasse como uma defesa de Cusco, devido à sua localização, a 3.680 metros acima do nível do mar, que permite uma vista privilegiada da região – e o nome Puka Pukara significa "fortaleza vermelha".

Em uma visita é possível ver de perto espaços como praças, quartos, escadas e muitos outros, todos feitos em pedra.

Vale Sagrado dos Incas – Vale de Huatanay

Outro lugar imperdível nos arredores de Cusco é o Vale de Huatanay, um dos principais do Peru devido à riqueza cultural e paisagística. Considerado o Vale Sagrado dos Incas, foi formado pela correnteza de rios que passavam por entre as pedras.

É uma área a aproximadamente 2800 metros acima do nível do mar, cercado por cordilheiras nevadas e com uma grande variedade de fauna e flora.

Além das formações naturais, o Vale de Huatanay tem muitas construções feitas para representar as constelações andinas, pois era tido como um espelho da Via Láctea. E também para delimitar espaços onde eram realizados rituais

Ainda hoje existe a crença de levar oferendas para o rio Vilcanota ou rio Willcamayu para que os desejos sejam realizados.

Se quiser conhecer ainda mais sobre a cultura inca do Peru, a dica é incluir no seu roteiro uma ida a Machu Picchu, cidade inca nos Andes que é preservada até hoje. Como fica a apenas 3 horas de Cusco, é possível até mesmo fazer um bate e volta para passar o dia. Uma curiosidade interessante é que foi em uma expedição a partir de Cusco que as ruínas de Machu Picchu foram descobertas, em 1911, por um americano. De lá para cá, o local se tornou um dos principais destinos turísticos do Peru, atraindo muitas pessoas todos os anos.

Em uma viagem de cinco dias você conseguirá conhecer muita coisa em Cusco, tanto os pontos turísticos que ficam dentro da cidade como os sítios arqueológicos mais distantes e também Machu Picchu. Confira uma sugestão de roteiro para organizar melhores os passeios:

• Dia 1: chegada e caminhada pelo centro da cidade

• Dia 2: visita à Catedral de Cusco, museus e outras igrejas

• Dia 3: passeio a Qoricancha e Kenko

• Dia 4: passeio aos sítios arqueológicos nos arredores

• Dia 5: ida a Machu Picchu

Para fazer todos esses passeios, nada melhor que um hotel bem localizado como o Novotel Cusco, que está a apenas três quarteirões do centro histórico da cidade.

A localização estratégica vai facilitar bastante na hora de visitar os pontos turísticos mais famosos ou de se deslocar para outras regiões. E fica em um prédio histórico, mas com toques modernos e quartos espaçosos com ar-condicionado e wifi gratuito.

Outro diferencial é o Restaurante La Cave 365, com o melhor da cozinha internacional com toques regionais e um bar para fazer um happy hour e fechar a noite com um bom drinque depois de andar por toda a cidade conhecendo a cultura inca em Cusco.